Louco como coringa
- Prida
- 13 de jul. de 2018
- 2 min de leitura

Muitos já falaram sobre a mobilidade do arcano 0 como sua principal característica. Não sei se é a principal mas, em minha opinião, é a melhor e a que mais me intriga, por isso falemos dela.
Rachel Pollack, no livro 78 graus de sabedoria" (link para ler online), apresenta sua forma de compreensão dos arcanos maiores na divisão em 3 grupos na qual o Louco é colocado de lado. Assim temos as primeiras sete cartas formando o G1 que é relativo ao caminho da consciência, das coisas da vida material, como amor, relações sociais, trabalho, saúde, educação, dogmas etc. No G2, os arcanos de 8 a 14 relativizam sobre a vida subjetiva, um aprofundamento para além da matéria. Seriam os aspectos mais insconsciente e misteriosos da vida, o caminho para a interiorização, o amadurecimento e compreensão além da objetividade cotidiana. E finalmente o G3 (de 15 à 21) é o caminho da iluminação, da sabedoria transcendental. Muitos de nós vive toda a vida sem sequer se aproximar do segundo grupo, imagine chegar a este terceiro. No sutra do coração Buddha ensina o mantra Gate Gate Paragata Parasamgate Bodhi Soha; Gate significa algo como "aprofunde-se, vá", Paragate diz para "aprofundarmos mais ainda, vá além" e Parasamgate é o aprofundamento supremo que nos leva à iluminação, algo como "vá completamente”. E assim nos iluminamos (boddhi Soha!). Pois então, o terceiro grupo de arcanos maiores é para mim o Parasamgate. Mas e o Louco nessa jornada? Ele é a ponte entre os grupos. Para chegarmos ao Carro ou à Temperança (e ao Mundo, nem se fala), ou para saltar da Força ao Diabo é preciso a disposição do Louco e sua coragem despreocupada e pura. Eles transmuta. Nos ajuda a passar por cartas difíceis como a Morte ou a Lua. Será que o Louco transforma esses lugares em fardos mais leves?
Uma vez li um tarólogo, que agora infelizmente não me lembro quem foi, falando algo sobre o louco que foi um grande ensinamento. Ele dizia que quando o Louco saia na mesa ele observava o lugar e imaginava que carta, outra, poderia ocupar esse lugar. Eu passei a fazer isso. Quando tiro o Louco penso, que carta devia estar aqui? Ou jogo essa pergunta ao consulente. E assim compreendo melhor meus desejos e intuições sobre a situação na mesa.
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